Sou professor e sou apaixonado por esta arte. É isso, vejo a educação como uma arte, precisa fazer com brilho nos olhos e querendo sempre mais e focado na transformação das vidas das pessoas e da sua perspectiva do amanhã.
Analisando as informações sobre o tema, observo que existem várias denominações atribuídas ao professor, e isso mostra que a profissão está em fase de transição.
Sai o professor que apenas transmite conceitos e definições — afinal, o Google está aí para isso —, entra em cena aquele que se dedica a orientar, criar significados e a contextualizar conhecimentos. Num mundo como o nosso, repleto de transformações econômicas, tecnológicas e sociais, é natural que a dinâmica da sala de aula também passe por mudanças. E cabe ao professor acompanhá-las.
Será que o professor chega à escola ciente de todas essas transformações na carreira dele? De acordo com Miguel Thompson, diretor do Instituto Singularidades, é das faculdades o papel de preparar o futuro professor para assumir suas novas funções. “É preciso deixar claro que ele deixou de ser um expositor. Diante desse manancial de informações que temos à disposição, o educador agora é quem organiza as trilhas para a aprendizagem, cria conexões reais para o conhecimento.”
Para dar conta, o educador precisa desenvolver as competências que posteriormente terá de passar para os alunos, como criatividade, comunicação, pensamento crítico e habilidades de investigação e de análise.
A partir delas, fica muito mais fácil enxergar o aluno (e seu processo de aprendizagem) de maneira integral. “A criança é racional, mas também é emoção e valores. Quando o docente trabalha de maneira afetiva, colaborativa, com empatia e reflexão, ele estimula nela o desejo de criar significados”, explica Miguel.
Diante de tudo isso precisamos entender o papel do professor nesta jornada da aprendizagem.
Aqui quero colocar um outro olhar que se faz necessário, quais habilidades essenciais ou competências devemos desenvolver nos alunos e nos professores para transformá-los em empreendedores em suas vidas?
Temos de desenvolver a perspectiva da visão empreendedora no início do processo de formação.
Conheço muitos alunos e recém-formados que quando acabam suas faculdades não sabem como fazer para desenvolver seu negócio ou mesmo atuar na sua área de formação. Vamos deixar claro, não estou falando para todos abrirem um negócio, mas desenvolver habilidades essenciais para encarar os desafios atuais.
Vamos trazer uma situação prática e real: muitos têm medo de falar em público, de fazer uma boa apresentação escrita e verbal, de vender sua proposta de trabalho, de falar de suas habilidades e competências. Isso é a realidade. Muitas vezes até nós, professores, temos dificuldades de fazer tudo isso, é verdade ou não?
Então, professores e alunos, é preciso saber transmitir as informações de maneira objetiva e com o propósito de evitar ruídos na comunicação oral, escrita e não verbal. Essa competência imprescindível a qualquer profissional tem um grande impacto no processo de ensino.
Precisamos pensar nisso. Como posso desenvolver minhas aulas para ensinar aos alunos habilidades e competências que não os limitem apenas a pensar no conteúdo da disciplina, mas em um contexto ampliado da realidade do mundo?
Precisamos nos preparar para este novo momento ou novo desafio, assim como a escola de educação de Harvard, nos Estados Unidos, que pegou emprestada a metodologia dos cursos de negócios para implementar uma pedagogia baseada em estudos de casos, na qual qualquer tema merece o debate, para se refletir sobre as melhores experiências de aprendizagem.
É aprender fazendo, é colocar um olhar na prática e nos exemplos que ajudam a reduzir o tempo de aprendizagem.
Hoje também temos de observar a neurociência, por exemplo, que tem contribuído significativamente para o desenvolvimento de novas metodologias de ensino baseadas no funcionamento cerebral dos estudantes. Segundo ela, existem 5 fundamentos neurobiológicos relacionados à aprendizagem, sendo um deles a emoção.
A neurociência traz uma perspectiva, para se ter uma ideia, quando se pensa nas tendências da educação, jamais podemos desconsiderar o crescimento exponencial da gamificação e como isso tem impactado o ensino da geração Millenials. Inserir a linguagem de programação em sala de aula, por exemplo, permite que os alunos desenvolvam o lado cognitivo e o socioemocional, com o intuito de resolver problemas de modo mais eficiente.
Precisamos ficar atentos e proporcionar não só uma aula, mas uma experiência de aprendizagem em que todos saiam ganhando.
O processo disruptivo no ensino acontece de fato quando surge uma nova linha de raciocínio e uma quebra de paradigmas em sala de aula.
O planejamento escolar do professor do futuro não será possível sem a inclusão das metodologias ativas de ensino. Elas vieram para atribuir aos alunos o papel de protagonistas ativos na construção do conhecimento. Com isso, espera-se que eles consigam aprender de forma participativa, autônoma e personalizada.
Esse tipo de ensino personalizado não significa um caminho desenvolvido para cada aluno. A ideia é que, juntos, alunos e professores, possam construir caminhos personalizados de aprendizagem.
Estamos preparados para esses novos desafios? Porque esse é um caminho sem volta. Venha fazer parte desta jornada e esteja preparado.